A nossa investigação remete-nos para a questão de 'como' a aliança terapêutica, entre o terapeuta e o cliente, contribui para a mudança em psicoterapia, descrevendo, detalhadamente, o processo interativo através do qual a colaboração terapêutica, a dimensão do núcleo da aliança, é desenvolvida e articulada, momento a momento, com a mudança do cliente. Para este propósito, criámos uma ferramenta de investigação: o Sistema de Codificação de Colaboração Terapêutica (en. TCCS). Este sistema avalia como as intervenções do terapeuta respondem às necessidades do cliente, avalia as capacidades expressas nas ações anteriores e, se as respostas do cliente correspondem, ou não, aos desafios do terapeuta. Esta linha de investigação afasta-se de um quadro de desenvolvimento, supondo que a mudança do cliente e a colaboração terapêutica são processos de desenvolvimento naturais, e conectados, momento a momento, durante o tratamento. Baseado no conceito de 'zona de desenvolvimento proximal', assumimos que a mudança do cliente ocorre numa zona proximal de desenvolvimento terapêutico, e que a colaboração terapêutica, resulta de um esforço conjunto do terapeuta e do cliente, que trabalham dentro dessa zona. Os nossos estudos de caso anteriores, segundo diferentes abordagens e resultados de terapia, apoiam a sugestão teórica de que a terapia é mais eficaz se a dupla terapeuta/cliente trabalhar dentro TZPD do cliente. Nos próximos anos, temos por objetivos consolidar e reforçar a confiança no modelo de colaboração terapêutica, replicando nossos estudos em bases teóricas e empíricas. Pretendemos continuar ao longo de duas principais linhas de pesquisa: 1) estudar o desenvolvimento da colaboração terapêutica em combinação com outras variáveis de processo psicológico; 2) estudar a colaboração terapêutica em combinação com variáveis biológicas.
